PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA



TENENTE PORTELA/ RS



sexta-feira, 8 de julho de 2011

A arte de ouvir

A ARTE DE OUVIR[1]


Para que a ação evangelizadora seja eficaz é imprescindível nos dias atuais, à arte de ouvir. Ouvir é conhecer a realidade das pessoas. Ouvir é pesquisar, é saber aquilo que o outro pensa. Numa realidade aonde tudo fala: rádio, televisão...  ouvir o outro parece ter se tornado um caminho cada vez mais árduo. A humanidade está como que embriagada pelo poder da fala, da justificação, da tentativa de desqualificar antecipadamente a fala do outro. Tão importante quanto saber falar, é saber ouvir. Saber escutar leva tempo, prática e paciência. Implica numa mudança substancial no modo de ver a realidade. Pois, vemos a realidade a partir do outro, das suas reais necessidades, angustias, sofrimentos e alegrias.  

Comecei a me perguntar se o que tenho feito como agente de pastoral é escutar ou falar sempre na tentativa de desqualificar o sentido do outro? A segunda perspectiva é muito mais viva, pertence ao elemento do instinto. Somos educados a nos defender. E por vezes passamos um longo período da vida tentando defender concepções vazias, nos fechando e com isso regredindo na ação evangelizadora. A Igreja que escuta tem o desejo de aprofundar, tem o desejo de ir além da superficialidade, de conhecer profundamente o outro, para anunciar um Evangelho vivo.

Precisamos passar de uma Igreja centrada em si mesma, para uma igreja que escuta o clamor do seu povo e ter como ponto de partida as suas reais necessidades. Assim devemos fazer por que Deus age assim: “Eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor por causa de seus opressores; pois eu conheço as suas angustias. Por isso, desci a fim de libertá-los da mão dos egípcios, e a para fazer subi-los a uma terra boa e vasta, terra que mana leite e mel[2]”.


[1] Padre Rudinei Negri
[2] Ex 3,7-8.


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